sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ainda sobre a redução da maioridade penal

Gostaria de continuar discutindo o assunto do último post, pois é um assunto pelo qual me interesso muito.

Outro ponto que acho interessante ressaltar é que, reduzindo a maioridade penal, você está tratando as consequências dos seus erros, e não corrigindo o seu erro primário. Os menores infratores, em sua maioria, são frutos de uma sociedade exclusiva, que não olha para a formação profissional, intelectual e pessoal de seus jovens.

Jovens sem qualquer destino minimamente promissor se jogam no mundo criminal como única alternativa para sobrevivência, e até mesmo como revolta pelas injustiças sociais.

Obviamente, tratar o problema raíz, que é a desigualdade social e a falta de oportunidades para crianças e adolescente é uma estratégia muito mais inteligente. Porém, muito mais complicada. É mais fácil punir do que educar.

O motivo de muitos jovens entrarem no mundo criminal é a convivência com criminosos mais velhos. Traficantes de drogas, por exemplo, veem em menores de idade, uma excelente oportunidade de ter um “ajudante” não passível de grandes punições. Os menores de 18 anos são frequentemente utilizados em crimes para que os maiores de idade que os levaram a cometer aqueles crimes não sejam punidos.

Se reduzirmos a maioridade penal para 16 anos, obrigaremos os maiores infratores a buscar agora, menores de 16 anos para seus crimes, e não mais menores de 18. Quanto menor a maioridade penal, mais jovens serão as crianças e adolescentes utilizados por criminosos.

Gostaria muito de ouvir a opinião dos leitores do blog a respeito disso. Só peço que, assim como eu expus os meus pontos de vista com educação, que todos aqui também possam fazer o mesmo, sem agressões verbais ou opiniões ofensivas sem argumentação alguma.

O diálogo é a solução para a grande maioria dos problemas.

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